A relação entre a sustentabilidade e os preços dos produtos

Preocupação com sustentabilidade está presente em 60% das indústrias, conforme CNI

Ao final da COP27, conferência realizada pelas Nações Unidas para discutir o futuro climático do globo e ações que devem ser tomadas para aumento médio da temperatura acima de 1,5 °C. Entre as perspectivas, o Brasil pode se tornar referência no uso sustentável dos recursos naturais e no aproveitamento das oportunidades associadas à economia de baixo carbono.

O aquecimento global se soma a outros problemas ambientais decorrentes da ação humana, como a poluição dos oceanos com materiais que não se decompõem na natureza e problemas no equilíbrio de espécies pela degradação de seus habitats, por exemplo.

Veja como essa temática se relaciona com a indústria brasileira e a precificação no texto a seguir. 


Interessa a quem produz

A vida sustentável está em alta, mas a demanda ainda não atingiu um ponto em que seus produtos sejam considerados tão lucrativos quanto os seus equivalentes menos responsáveis ambiental e socialmente. Produtos sustentáveis são mais onerosos, também porque são mais difíceis e geralmente mais caros de desenvolver. De acordo com o The Sustainable Living Guide, as empresas verdadeiramente estendem o conceito desde as suas práticas de negócios até os produtos que criam.

O custo agregado dos produtos sustentáveis diz respeito a toda cadeia de produção — uso de energias sustentáveis, redução ou anulação das emissões no transporte, e assim por diante. Portanto, por trás de um preço mais elevado que recai sobre esses produtos, muitas vezes, há uma lógica que o justifica. Por esse motivo, também, quem compreende essa cadeia produtiva (sobretudo quando ela é responsável e transparente) está mais disposto a pagar por ela.

Um levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que seis em cada dez empresas têm uma área ou departamento dedicado à sustentabilidade. O número quase dobrou em relação ao ano passado, quando 34% das indústrias no país afirmaram ter esse cuidado.

A proporção de empresários que disseram exigir certificados ambientais de fornecedores e parceiros na hora de fechar um contrato subiu de 26%, em outubro do ano passado, para 45% neste ano. Mais da metade (52%) das indústrias tiveram de comprovar ações ambientalmente sustentáveis na hora de assinarem contratos, contra 40% em 2021.

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Interessa a quem consome

Na outra ponta da cadeia, 74% dos brasileiros dizem ser consumidores ambientalmente conscientes, segundo outro relatório feito pelo CNI neste ano. Desses, 30% dizem que sempre adotam esse hábito e 44% afirmam que às vezes o fazem — por isso a importância de oferecer opções diversificadas.

Em um momento de retomada econômica, empresas de diversos setores têm investido esforços para vencer a alta competitividade e podem adotar atitudes de responsabilidade socioambiental. Ocorre que, cada vez mais, os consumidores têm valorizado empresas que adotam condutas sustentáveis, como demonstra um estudo do Capterra, plataforma de comparação de softwares. Segundo o levantamento, a maior parte dos brasileiros não se opõe quando é necessário aumentar o valor de um produto ou serviço devido a práticas ambientalmente corretas.

A pesquisa revela que quase metade (47%) dos consumidores entrevistados concordam, de algum modo, que pode ser pago um valor maior no produto ou serviço relacionado com responsabilidade socioambiental. Além do mais, 23% das pessoas concordam plenamente com a afirmação. A série de pesquisas do Capterra sobre sustentabilidade, com foco em consumo, entrevistou 703 brasileiros entre os dias 10 e 16 de agosto de 2021.

Quem toma as decisões parece ter percebido esse movimento. Conforme o levantamento do CNI, a relação com os consumidores explica, em parte, o aumento da consciência ambiental. De 2021 para 2022, subiu de 20% para 35% o número de empresários que acreditam que os consumidores atribuem peso alto ou multo alto a critérios ambientais na hora da compra. No entanto, apenas uma em cada dez empresas deixou de vender algum produto por não ter certificação ou deixar de seguir requisitos ambientais.


Responsabilidade coletiva

Apesar de que todo consumo se origina da dinâmica entre oferta e demanda, não são os consumidores, sozinhos, quem vão solucionar os problemas ambientais. Essa é uma responsabilidade das empresas, que podem desenvolver e oferecer soluções inovadoras com impactos positivos para o planeta. E todos ganham com isso.

Na Aprix, acreditamos que todo projeto deve levar em conta suas implicações ecológicas, afinal a natureza é uma fonte interminável de eficiência e temos muito o que aprender com ela. Para saber mais sobre os valores que guiam nosso propósito, leia o Manifesto Aprix.
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Júlia Provenzi
Júlia Provenzi é jornalista, formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na Aprix, escreve sobre tendências no mundo dos negócios e inovação aliadas às áreas de pricing. Busca desmistificar o uso da IA e de tecnologias de ponta no contexto do Revenue Growth Management (RGM) em grandes companhias.
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Júlia Provenzi
Júlia Provenzi é jornalista, formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na Aprix, escreve sobre tendências no mundo dos negócios e inovação aliadas às áreas de pricing. Busca desmistificar o uso da IA e de tecnologias de ponta no contexto do Revenue Growth Management (RGM) em grandes companhias.

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