Guilherme Dias, cofundador da Gupy, comenta mudanças no mundo do trabalho

Maior poder aos colaboradores na tomada de decisão foi uma tendência acelerada pela pandemia

Apontada como o maior desafio dos CFOs em 2023 em uma pesquisa realizada pela Gartner, a contratação e a retenção de pessoas suficientes esteve presente em 54% das respostas. A pesquisa foi realizada pela Gartner entre junho e setembro deste ano, consultou 234 CFOs.

De acordo com o CMPO e cofundador da Gupy, empresa voltada para soluções em software para áreas de recursos humanos, Guilherme Dias, apenas em 2021, mais de 430 mil pessoas foram contratadas por meio da ferramenta de Recrutamento & Seleção da Gupy, o que representa 43% do total de contratações desde a criação da Gupy, em 2015.

O começo da pandemia, em 2020, deu origem a um movimento de busca por qualidade de vida associada ao trabalho. Para que uma empresa seja atrativa para quem está em busca de um novo emprego, não basta mais oferecer uma boa remuneração. O “quiet-quitting”, termo que ganhou projeção nos últimos meses e que caracteriza funcionários desmotivados, é um dos sintomas desse movimento.

1. Desde o começo da pandemia, verifica-se um movimento de busca por qualidade de vida associada ao trabalho. Como isso se reflete na rotatividade das empresas?

Existe uma tendência chamada pelo mercado de”a grande renúncia”, que em poucas palavras, é o grande volume de demissões voluntárias que aconteceram nos Estados Unidos e em outros países nos últimos tempos. Os principais motivos são a busca por qualidade de vida, salários melhores e melhores ambientes de trabalho.

Esse movimento tem impactado na rotatividade das empresas, que mesmo durante a pandemia e com o atual cenário econômico instável que estamos vivendo, continuaram contratando novas pessoas colaboradoras de maneira recorrente em diversas áreas. 

2. De que forma isso influenciou nos processos seletivos?

As empresas entenderam que não basta abrir vagas e divulgá-las em portais de emprego: é preciso pensar na experiência da pessoa candidata e também da pessoa colaboradora, planejando desde a atração e as etapas dos processos seletivos até o onboarding e a experiência de trabalhar na empresa.

No caso da experiência da pessoa candidata, além da experiência nos processos seletivos, uma grande tendência adotada fora do país e que agora também chegou ao Brasil é o Inbound Recruiting. Basicamente, as empresas usam ferramentas derivadas do Marketing para atrair, engajar e encantar os talentos, para gerar o desejo de trabalhar na empresa, o que ajuda a fortalecer também a marca empregadora.

Justamente por causa desta tendência, esse ano nós lançamos o CRM de Talentos, um novo módulo do produto Gupy Recrutamento & Seleção que funciona como um canal de comunicação das empresas com os seus futuros talentos. Isso se reflete na redução no tempo de preenchimento de uma vaga, uma das principais métricas de recrutamento e seleção.

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3. Quais são os desafios de contratar pessoas para uma área técnica muito específica?

A pandemia acelerou algumas tendências, entre elas a concorrência global por talentos. Está cada vez mais difícil atrair profissionais de algumas áreas específicas como tecnologia, por exemplo, e para isso as empresas estão investindo cada vez mais em ações de marca empregadora.

Neste cenário, alguns desafios são: encontrar talentos que tenham fit cultural com a empresa, que tenham o perfil profissional que a empresa precisa (desde senioridade até habilidades específicas) e ainda no tempo que a empresa precisa preencher a vaga. Por outro lado, outro desafio das empresas é se tornarem mais competitivas como marca empregadora, o que inclui ter um ambiente de trabalho saudável; possibilidade de crescimento e reconhecimento; benefícios e salários competitivos com o mercado, entre outros diferenciais.

4. Como as dificuldades na contratação podem afetar o dia-a-dia da empresa?

Quando uma empresa demora para fechar uma vaga, isso pode significar a ausência de um conjunto de habilidades que são importantes dentro da estrutura dos times, o que consequentemente gera um possível prejuízo financeiro, já que a falta de um profissional e a ausência de suas habilidades também podem implicar em uma menor capacidade de produção ou em uma área que gere menos resultados; entre outros.

5. Como esse fenômeno afetou as ações que as empresas realizam para reter seus funcionários?

Apesar de ainda existir um volume grande de pessoas em busca de oportunidades de trabalho, boa parte do poder passou das mãos das empresas para as mãos dos profissionais. Até pouco tempo atrás, as empresas ditavam as regras dos processos seletivos e também da gestão de pessoas; por outro lado, o que vemos hoje são as empresas ouvindo as pessoas colaboradoras e se adaptando segundo o que querem e precisam, o que está se refletindo também no processo de tomada de decisão, que está deixando de se concentrar apenas na alta liderança.

Na Aprix, somos um time de protagonistas na revolução da eficiência. Para saber mais sobre os valores que guiam nosso propósito, leia o Manifesto Aprix.
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Júlia Provenzi
Júlia Provenzi é jornalista, formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na Aprix, escreve sobre tendências no mundo dos negócios e inovação aliadas às áreas de pricing. Busca desmistificar o uso da IA e de tecnologias de ponta no contexto do Revenue Growth Management (RGM) em grandes companhias.
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Júlia Provenzi
Júlia Provenzi é jornalista, formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na Aprix, escreve sobre tendências no mundo dos negócios e inovação aliadas às áreas de pricing. Busca desmistificar o uso da IA e de tecnologias de ponta no contexto do Revenue Growth Management (RGM) em grandes companhias.

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