Gerenciamento de custos será um dos obstáculos das empresas no próximo ano

O GuiaPMBOK (Project Management Body of Knowledge), referência em planejamento de projetos, insere no escopo do gerenciamento de custos o planejamento, a estimativa de custos, o orçamento e o controle de uso dos recursos financeiros de um projeto, que devem prever gastos com equipe, equipamentos e materiais.

Em pesquisa realizada pela Gartner, o gerenciamento de custos foi o terceiro maior desafio que as lideranças financeiras devem enfrentar no próximo ano. O desafio foi apontado por 35% dos CFOs, atrás de previsões precisas (36%) e contratação e retenção (54%).

Para o financial controller e sócio da Aprix, Diego Anicet, isso se deve à incerteza. “Estamos com várias economias entrando em recessão, curvas de juros crescendo em todo o mundo, e isso acaba trazendo uma incerteza para o Brasil, também, pela questão política”, explica.

Indústrias globalizadas

Essa estimativa encontra a realidade especialmente em companhias suscetíveis a movimentações no cenário global, como a guerra na Ucrânia e mudanças climáticas, por exemplo. O gerenciamento de custos torna-se um dos maiores desafios, sobretudo em uma indústria globalizada, e segue índices de commodities e dólar, que norteiam a precificação dos insumos.

É o caso da Vibra Lubrificantes, empresa de lubrificantes automotivos, que trabalha com insumos atrelados ao dólar, e que portanto lida diariamente com variações constantes. Danilo Sad, gerente de Marketing e Desempenho da Vibra Lubrificantes, ressalta que o acompanhamento dos custos ser o mais eficiente possível é essencial à estratégia da empresa. “Não significa reduzir custos a qualquer custo, mas precisamos ser o mais eficiente possível para ter resultados e capacidade de constante renovação em investimento no nosso negócio de maneira recorrente”, explica.

A visão de Sad vai ao encontro do que pensa Anicet, para quem o pricing se relaciona diretamente com o desafio da gestão de custos. “Se o pricing consegue traduzir todas as movimentações de aumentos de custos de produção, inflação, e todas essas questões de uma forma rápida (e sem perder receita) isso ajuda muito”, declara o financial controller da Aprix.

Para Anicet, o pricing é uma peça-chave para aumentar a eficiência e a eficácia do controle de custos. “Uma plataforma como a da Aprix, por exemplo, tornam mais ágil o processo de conhecimento desses custos, através da consolidação de dados, para depois isso fornecer inputs estratégicos para a área de pricing“, orienta.

Custo x Preço

Embora o custo impacte no preço, não é somente ele o fator decisivo. “Eu preciso entender o mercado em que eu atuo, quem são os meus competidores, qual posicionamento eu quero extrair e quero que o meu consumidor perceba, porque certamente vão ser necessários ajustes de preços em função desses vários fatores, e não em função do custo”, explica Sad, para quem a dissociação entre custo e pricing permite mais atenção à estratégia de pricing.

A abordagem da Vibra condiz com empresas em níveis de maturidade de pricing mais avançados. Nessas organizações, em vez de balizar os preços, os custos são ferramentas de otimização. “O custo é mais uma estratégia de potencialização de resultado do que uma estratégia de precificação”, declara Sad. Por outro lado, empresas nos primeiros degraus de maturidade tendem a usar apenas valores externos, como custos e preços da concorrência, para determinar a tabela de preços.

Como inserir o planejamento de custos na estratégia de pricing

Para tornar o pricing uma alavanca de resultados, a Vibra Lubrificantes usa uma plataforma de precificação que permite consolidar dados, simular cenários e apoiar a tomada de decisão da equipe por meio de machine learning.

Por meio do sistema Aprix Pricing, a Vibra insere os objetivos estratégicos da companhia nos cenários de precificação. A cada interação com o sistema, a cada acréscimo de dados ao imenso volume com o qual a tecnologia trabalha, o algoritmo de inteligência artificial aperfeiçoa seus cálculos e projeções. Dessa forma, não resta à equipe de pricing uma carga onerosa de trabalho manual, e as pessoas podem se dedicar às análises estratégicas. “Estamos conseguindo enxergar, com a Aprix, cenários que podemos ter em função das decisões estratégicas de precificação que tomamos”, afirma Sad.

Além disso, por meio do sistema, a equipe consegue enxergar cada etapa da cadeia e entender como se compõe o preço final, e de cada parcela que compõe essa cadeia, desde a fabricação até a aplicação do produto pelo motorista na hora em que troca o óleo do seu carro. “Esse é mais um avanço que temos e que nos ajuda no posicionamento, a entender onde estamos e onde podemos potencializar resultados de acordo com nossos objetivos estratégicos”, declara.